segunda-feira, 13 de junho de 2011

dois pra lá, dois pra cá

o chá de solidão
para dois
dois passos de
                   deixa pra depois

uma estrofe mal-dançada
de sentimentos e rimas fatídicas
e métricas des-sincréticas    

segunda-feira, 9 de maio de 2011

retratos virtuais do presente

na inconformidade mútua
dentro do tumulto
                          extingue-se a distância
do que vai

estar:
estado permanente de presença





quinta-feira, 31 de março de 2011

do auto-controle ao algo mais

o dito
mal dito
das virtualidades malígnas
das possibilidades infames
...
a incerteza aflora,
como um bote,
um icerberg salva-vidas

quinta-feira, 24 de março de 2011

tenor dissonante

a alma
a orquestra de um campo de concentração
particular
onde florescem vicissitudes nucleares
âncoras virtuais
e
egoísmos partilhados

penitencias afetivas em um cilício
auto-coroado
o imperador do descaminho

"comer o vazio
e arrotar a falta."

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

a cada onda do rádio

não há reveillons
para pular
o mar é a onda da terra
e o ar há de ter
motivos para saltar
todas as dores
desse ano
...
a cada onda do rádio
um amor para
dessintonizar  
"foi libertado de todos os vícios 
aprendeu a humildade
não passa a noite acordado
não está endividado"

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

falácias do bem-querer (o outro lado do poema)

a felicidade morna
e
flácida
é o gosto tardio
das seiscentas alvoradas
de plástico 

o estado
dos espíritos
enunciaram a controversa
contra-mão:

"tudo que você faz,
também faz você"

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

a pressa que precede

a prece parecia revolução.
mas o vermelho do sangue
era o encardido nas botinas
dos donos do céu, da terra e do
mar.

    

domingo, 12 de setembro de 2010

o ruído era a casa
a crosta do
mundo interno
na barreira sônica
dos que falam pelo hábito
visceral das vontades
entorpecidas

.....




(versão etilicult de tácio pimenta)


o ruí doara a casa
acrostado
mun(i)do in termos
no barr eras son. - ic! - ah!
dós que falam pelo har
visceral das vomítades
en torpes suícidas

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

everybody is the singing

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

all songs (in) manuel

não há
sílaba distante que
você me peça,
que eu
não
kant

sobre distâncias

aqui
minha bandeira
é
nega

concepções cotidianas

todas as relações de força
entre os homens
são a equação dos
seus desamores

Só(m) & Já(zz)

me desperta o compasso
vivo
ao ritmo do querer roxo
alheio
o pouco do mundo, de contra-tempo
à vida
que tocamos esperança
sem pausa

terça-feira, 27 de julho de 2010

da defesa ao auto-controle

o reflexo dói
no espelho que não vemos
narciso falava de
auto-proteção
mas só entendiamos
orgulho

segunda-feira, 12 de julho de 2010

florescências niilistas (incoerências)

desconhecer um tempo que não
nos pertence
é
patinar por
autovias murchas
estreitas
e
inóspitas
que sempre nos trazem
a um paraíso
proibido aqueles de pouca fé
nenhum vício
e alguma esperança
nas incertezas do
dito amor